4/21/2013

Namoro Blindado - Sermão


Sermão: Namoro Blindado



INTRODUÇÃO: 1 Corintios 10:31
Tudo, exatamente tudo, que acontece na vida de um cristão, inclusive o namoro, terá consequências não somente nesta vida, mas também na vida eterna. Aliás, um namoro pode definir nosso destino eterno, dependendo da maneira como é conduzido. Um namoro espiritualmente saudável também é muito importante para a blindagem da futura família.
Namoro sempre deve ser para casar, e quando não é para casar, provavelmente será para pecar. Com que cuidado, então, deve alguém escolher a alguém para namorar!
Durante o estudo de hoje, vamos analisar alguns textos da Bíblia que podem ser relacionados a namoro, e tentar compreender alguns princípios que podem blindar esta relação.

I. Alguns textos no Antigo e Novo Testamento
a.  Uma necessidade humana (Gn 2:18): “... não é bom que o homem esteja só..” – poucas pessoas sentem-se bem a sós por muito tempo. Mesmo quem vive cercado (a) por pessoas, necessita de uma intimidade emocional mais profunda, com uma pessoa especial, do sexo oposto.
Esta necessidade foi implantada por Deus na natureza humana. Mas,...
i.  Nem todos se casam – as estatísticas mostram que nem todas as pessoas se casarão o que não representa o padrão original do plano de Deus para a humanidade. Por que isto acontece?
ii.  O mal produz perdas – vivemos no contexto do grande conflito entre as forças do bem e do mal. E nesta guerra, existem perdas. Enquanto estivermos nesta terra, teremos que aprender a conviver com frustrações e perdas, lidando da melhor maneira possível com situações que estão aquém do ideal.
iii.  Promessas de Deus (Fp 4:13 e 19) – Paulo, que aparentemente vivia como solteiro, também aprendeu a viver com frustrações, entre elas a de estar sozinho. Sua receita para suportar esta condição e ainda estar contente (Fp 4:11) também pode ser nossa.
b.  Namoro: importante no processo de independização (Gn 2:24) : “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” – o namoro é o início de um processo que deve terminar com o casamento. Como vimos, namoro que não é para casar, é para pecar. Então, se você não poderia se casar com uma pessoa, também não deveria namorar com ela. Seria um pecado contra Deus e contra a pessoa. Mas o que apren-demos sobre namoro deste texto?
i.  Deixar pai e mãe – namoro em idade muito precoce, quando ainda não existe a perspectiva de deixar pai e mãe em um futuro bem próximo, é uma das razões para sofrimento (provavelmente haverá um rompimento), impureza e consequentes prejuízos espirituais. Por isso, ao alguém namorar, deve haver:

1.  Maturidade física (inclusive sexual)

2.  Maturidade econômica – possibilidade a médio/curto prazo de haver sustento próprio sem depender dos pais.
3.  Maturidade emocional – reconhecer as emoções dos outros, as próprias e aprender a ser controlado (a) pela razão, santificada pela Bíblia, e não ser controlado (a) por emoções.
4.  Maturidade espiritual – condição de buscar a Deus por si mesmo, sem necessidade de controle ou incentivo externo.
ii.  Namoro não inclui relacionamento sexual – o “tornar-se uma só carne” só deve acontecer depois de consumada a “união com sua mulher”, ou com seu marido (casamento), o que deve acontecer acompanhado de um compromisso vitalício.
iii.  Namoro não deve queimar etapas – o relaciona-mento sexual durante o namoro queima etapas fundamentais neste processo de ‘independização’ descrito em Gn 2:24, e poderá afetar negativa-mente a blindagem do futuro casamento, se ele acontecer. Além disso, existem sérias consequên-cias espirituais.
c.  Viúvos podem namorar? (1Co 7:39): “A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor” – nada impede o casamento de viúvos, contanto que seja “no Senhor”, ou seja, com pessoas que partilham dos mesmos valores espirituais.
d.  Separados ou divorciados podem namorar? (Mt 19:9): “Eu porém vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]” – Depende!
i.  Separação e divórcio por adultério: se a sepa-ração e divórcio ocorreram por causa de relações sexuais ilícitas por parte do cônjuge (adultério comprovado), então, nada impede um novo casa-mento, que vai ser precedido de namoro, claro.
ii.  Separação e divórcio por outras causas: não existe amparo na Palavra de Deus para um novo namoro e casamento quando a separação ocorreu por qualquer outra causa que não tenha sido o adultério, e isso inclui incompatibilidades ou vio-lência f ísica, por exemplo. Segundo a Palavra de Deus, quem se separa nestas situações, deve per-manecer solteiro. Deus considera como adultério um novo namoro e casamento nestas condições.

II.  O exemplo de um patriarca
a.  Unidade espiritual (Gn 24:3): “... não tomarás esposa para meu filho das filhas dos cananeus...” – Da história de Abraão e de Isaque, aprendemos lições importantes sobre o namoro. Ele, Abraão, não admitia, de forma alguma, que seu filho se casasse com alguém que não era de sua fé. Sabia que é muito grande a influência de alguém que não tem compromisso com Deus, e isto vai afetar as próximas gerações. A união de duas vidas sempre transformará as duas pessoas, para melhor ou para pior.
i.  Jugo desigual leva a fracasso espiritual – o namoro e o consequente casamento com pessoas que não tem compromisso de buscar a Deus em primeiro lugar é uma das principais causas de
apostasia entre o povo de Deus. (Dt 7:1-4; 1Rs 11:1,2; 2Co 6:14-18).
ii.  Intenção de evangelizar não é desculpa – nem mesmo a intenção de evangelizar deve servir de desculpa para se desobedecer a Deus, namorando a alguém que não pertence ao Reino de Deus.
iii.  Evangelismo do namoro: proibido por Deus – é o único tipo de evangelismo proibido por Deus.
b.  Seres espirituais envolvidos (Gn 24:7): “... Ele enviará o seu anjo, que te há de preceder...” – Como o namoro e casa-mento possuem tremendas implicações espirituais, que afetam a eternidade de uma pessoa, é muito importante a percepção de que existem realidades espirituais envol-vidas em todo o processo.
i.  Quando as orientações de Deus são respeitadas e obedecidas, Deus e Seus anjos se envolvem ati-vamente para guiar, blindar e proteger a relação.
ii.  Quando Deus e seus princípios são desprezados, Satanás e os espíritos maus tomam o controle para também unir ainda mais o casal, conduzir à ruína e enlouquecer o são juízo.
iii.  Quando os pais e os namorados buscam auxílio de Deus, e estudam Sua Revelação, para conhecer a Sua vontade, então os anjos de Deus assumem o controle.
c.  Procurar no lugar certo (Gn 24:13): “Eis que estou ao pé da fonte de água, e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água” – Onde procurar alguém para se casar? Balada, barzinho ou “fontes de água”?
i.  Lugares de entretenimento podem gerar falsas impressões – pessoas cuja vida é voltada principalmente para a diversão, podem depois ter sérias dificuldades para enfrentar as responsabilidades da vida.
ii.  Lugares de trabalho ou adoração a Deus – pessoas que trabalham e que buscam a Deus de forma regular e comprometida terão muito mais chances de encarar de modo sério o casamento e suas responsabilidades.
d.  Devem haver critérios corretos para escolha (Gn 24:14, 20): “... a moça a quem eu disser: inclina o cântaro para que eu beba; e ela me responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos...”_
i.  Beleza f ísica não foi o principal critério – pode ser enganadora (Pv 31:30). Rostos ou corpos atraentes duram muito pouco e podem por vezes disfarçar um terrível caráter.
ii.  Intelecto avantajado não foi o critério – inteligência, somente, não pode fazer alguém feliz ou levar alguém para o Céu. É apenas o temor do Senhor que pode dar a verdadeira sabedoria (Pv 9:10), e esta graça está disponível até aos intelectualmente menos favorecidos.
iii.  Disposição para o serviço: o principal critério! Depois do fator espiritual, este é sem dúvida o principal critério. A felicidade de um futuro casamento depende em muito deste fator. Rebeca ofereceu-se para fazer além do que lhe era pedido, e este critério deve ser avaliado tanto em homens quanto em mulheres.
O serviço mais sublime: um importante objetivo do namoro – os casais de namorados podem vitaminar o relacionamento quando se envolvem juntos no serviço pelos perdidos e excluídos. Podem participar de algum voluntariado, do Serviço Voluntário Adventista (www.voluntariosadventistas.org) ou podem dar Estudos Bíblicos juntos, por exemplo. Um dos objetivos para o namoro e o casamento deve ser servir a Deus e cuidar das coisas que Ele mais aprecia: con-duzir perdidos à salvação.
e.  Namoro é algo público (Gn 24:28): “E a moça correu e contou aos da casa de sua mãe todas as coisas” – Em condições normais, quando os pais são tementes a Deus e emocionalmente saudáveis, devem participar ativamente do processo. O namoro é uma atividade essencialmente pública, e nada deve acontecer em secreto.

f.  Participação à família (Gn 24:33): “... Não comerei enquanto não expuser a que venho” – Falar com a família no início do processo, deixar claras as intenções, pode parecer algo muito antiquado e fora de moda em um mundo marcado pela inversão dos valores. Mas este foi um princípio importante nesta história bíblica. Por que a família deve participar?
i.  Envolve saída da família – o namoro é o início do processo em que alguém deixa sua família para formar outra. Esta nem sempre é uma experiência fácil para algumas famílias, especialmente quando pensam que estão “perdendo” um (a) filho (a). Normalmente a família deve ajudar neste processo de “saída” de casa.
ii.  Envolve entrada na família – por outro lado, é através do namoro e o casamento, que alguém passa também a pertencer à outra família (à família dos sogros, cunhados, etc). O namoro ajuda a mediar a entrada deste novo membro na família.
iii.  Como a família sempre estará envolvida, e participa dos resultados, ou se alegrando ou sofrendo, deve ser sempre consultada e ouvida.
g.  Oração (Gn 24:63): “Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde...” – ansioso quanto ao resultado da viagem de Eliezer, Isaque foi ao campo para abrir o coração a Deus. A oração é um dos elementos-chave que proporciona blindagem espiritual ao relacionamento.
i.  Oração particular deve fazer parte do namoro – “Se homens e mulheres têm o habito de orar duas vezes ao dia antes de pensar em casamento, devem fazê-lo quatro vezes quando pensam em dar esse passo. O casamento é uma coisa que influenciará e afetará vossa vida, tanto neste mundo como no futuro” Ellen G. White, O Lar Adventista, 71.
ii.  Oração em conjunto – namoro sem oração fará um casamento sem oração. Namoro sem culto fará um casamento sem culto da família. Se os namorados não estabelecem o hábito de orar juntos, Deus também não será buscado na vida de casados, e ficará de fora da relação. Neste caso, não há blindagem!
h.  Decência é um princípio do reino de Deus (Gn 24:65): “E perguntou ao servo: Quem é aquele homem...? É o meu senhor, responde. Então, tomou ela o véu e se cobriu” – apesar de o uso do véu ser representativo da cultura da época, o princípio permanece: a decência (corpo devidamente protegido) deve fazer parte do namoro. Deus inventou a roupa é para cobrir, não para revelar.
i.  Nudez emocional – esta é a mais importante, e deve começar já durante o namoro. Quando não há nudez emocional, quando os pensamentos, sentimentos e temores não são revelados, por medo de rejeição, haverá uma importante perda da intimidade, que afetará toda a futura relação.
1.  Como se desenvolve a intimidade? Com diálogo, comunicação e atividades conjuntas (não sexuais). Mas quando a exposição do corpo incentiva a um aumento do contato f ísico, haverá uma correspondente perda da intimidade emocional, o que prejudicará seriamente o futuro da relação, inclusive a sexualidade.
ii.  Intimidade emocional beneficiará a sexualidade do casal – há hoje estudos comprovando que quanto maior a intimidade, melhor será a satisfação sexual após o casamento.
iii.  Namoro: época de expor ideias e sentimentos, e não o corpo.

CONCLUSÃO
Deus chama hoje a jovens, rapazes e moças a entregarem completamente sua vida a Ele, e a deixá-Lo conduzir a vida e os relacionamentos. O mundo possui uma cultura profana sobre namoro que a mídia procura fortemente nos induzir a aceitar. Mas quem aceitou ao Senhor Jesus, não se conforma com a cultura do mundo (Rm 12:1,2). Antes, pede ao Senhor, que transforme a sua mente, para que possa experimentar a boa vontade de Deus.
O Senhor Jesus faz hoje uma promessa e um convite: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará”.

Fonte: Extraído do sermonário Famílias Blindadas
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